Após um verão muito quente, marcado por dias de temperaturas extremas, chegamos a colheita de uma safra de soja que não pode ser considerada decepcionante em virtude de todos os problemas enfrentados pela cultura ao longo de seu ciclo, tais como altas temperaturas, falta de chuvas, surto de lagartas prolongado e ocorrência severa de ferrugem . Também não podemos comemorar pois, as produtividades atingidas ficaram aquém das expectativas iniciais, que estavam amparadas em investimentos vultuosos em tecnologia, tanto em equipamentos como em adubação, fertilidade, sementes e demais insumos. Neste cenário o que observamos foi uma produtividade média 10 a 15 % abaixo das médias de 2013.
Se não bastassem as frustrações de produtividade, ainda convivemos com uma realidade bastante dura em relação a comercialização da safra. A expectativa de que, os baixos estoques mundiais do grão no primeiro semestre de 2014, nos proporcionariam momentos de bons preços na virada do primeiro para o segundo semestre, acabaram por represar um pouco as vendas e muitos ainda aguardam um melhor momento para vender a safra. Ocorre que neste momento os Estados Unidos estão concluindo o plantio de uma área de soja 10 % maior (34,2 milhões de hectares) que a plantada em 2013 (30,9 milhões de hectares), com expectativa de produção superior a 100 milhões de toneladas de soja. O reflexo desta nova expectativa de produção está pressionando negativamente os preços e consequentemente a comercialização do restante desta safra de soja e principalmente o grão a ser produzido na safra 2014/2015.