A demanda forte pelo grão dos EUA também ajudou o mercado a subir.
A soja negociada na Bolsa de Chicago encerrou o pregão desta segunda-feira (04) em alta, estimulada pelas chuvas abaixo do esperado na Argentina e no Sul do Brasil durante o final de semana e pela demanda forte pelo grão dos EUA. As cotações chegaram a subir mais de 20 pontos no melhor momento do dia, mas perderam um pouco do fôlego ao se aproximarem de resistências técnicas importantes, como a marca de US$ 14,88 por bushel no mai/13. No fechamento, o contrato mar/13 ficou cotado a US$ 14,8875, com valorização de 14,50 pontos, enquanto o mai/13 subiu 14,75 pontos e fechou em US$ 14,8025. O nov/13, referência para a próxima safra dos EUA, ganhou 11,50 pontos e terminou em US$ 13,44.
O motivo das altas do hoje foi mais do mesmo visto na semana passada: estiagem na Argentina e no Sul do Brasil. Mas esse “mais do mesmo” está longe de ser pouca coisa no atual momento da safra sul-americana, já que o clima de fevereiro é decisivo para a produtividade da Argentina e do Rio Grande do Sul. No final de semana, as chuvas ficaram abaixo do esperado e com distribuição muito irregular tanto no cinturão argentino como nas principais áreas produtoras gaúchas. Tanto na Argentina como no Rio Grande, grande parte do plantio foi feita com muita umidade no solo, o que prejudicou o aprofundamento das raízes. Agora, no enchimento de grãos que começa a ocorrer sob tempo seco, raízes mais profundas vão fazer falta.
Safra menor, mas ainda recorde
No Paraná, por outro lado, as precipitações chegaram na hora certa a diversas regiões do estado, reforçando a expectativa de uma boa produção paranaense nesta temporada 2012/13. O Centro-Oeste brasileiro, por sua vez, teve algumas aberturas que permitiram o avanço da colheita. Mas ainda há atraso e muita preocupação com o excesso de chuva em diversas áreas, especialmente em Goiás. Embora ainda seja cedo para falar em quebra, e ainda que já se saiba que as perdas deste ano tendem a ser muito menores que as do ano passado, a AgRural revisou para baixo a sua estimativa para a safra brasileira, que caiu dos 82,2 milhões de toneladas calculados em dezembro para 81,2 milhões. O novo número foi destaque hoje nas agências internacionais de notícia.
Para esta semana, não há previsão de chuvas significativas nem sobre o cinturão argentino, nem no Rio Grande do Sul. Os gaúchos ainda têm o consolo da queda nas temperaturas – as máximas não devem passar de 33ºC, de acordo com a Somar Meteorologia. Não é pouco, mas o alívio vem à noite, com mínimas entre 12ºC e 15ºC. Na Argentina, as mínimas também ficam por aí, mas as máximas ficam entre 35ºC e 40ºC nas principais áreas do cinturão de soja. Há previsão de chuva para o Rio Grande a partir de 09/fev, mas os mapas não mostram quase nada na Argentina. Porém, como as previsões de prazo mais longo mudam muito rapidamente, vale ficar de olho nas
previsões todos os dias, de preferência mais de uma vez por dia.
No front da demanda, o mercado da soja recebeu nesta segunda-feira mais uma boa notícia do USDA, que apontou uma nova venda de 116 mil toneladas de soja dos EUA para a China. O relatório de inspeção de exportações, que mostra os embarques semanais, também veio positivo, com volume de 1,467 milhão de toneladas na semana encerrada em 31/jan, contra expectativa de 980 mil a 1,143 milhão de toneladas.
Por AgRural